sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Programa de monitoramento e conservação de peixes das hidrelétricas controla cinco espécies



O programa de monitoramento e conservação dos peixes está sendo desenvolvido nas hidrelétricas de Passo São João em Roque Gonzales e Passo São José entre os municípios de Cerro Largo, Salvador das Missões, Rolador e Mato Queimado. O trabalho foi apresentado em 13 de dezembro, durante reunião do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí na URI - Campus de Santo Ângelo.
De acordo com o doutor em ecologia e biólogo, Fabio Silveira Villela, da empresa Simbiota, o programa está sendo executado desde 2009 e possui várias frentes de trabalho como monitoramento de comunidades de peixes, monitoramento de espécies exóticas e atualmente um trabalho diário de transposição dos peixes.
"Nós realizamos a passagem dos peixes de baixo para cima da barragem. É um trabalho diário, que tem sido realizado desde 2010 e foram manipulados mais de cinco mil peixes de cinco espécies migradoras: dourados, piava, pintado, grumatã e voga".
Conforme o biólogo todos os peixes são marcados, medidos e pesados "Com isso a gente consegue todos os dados de biologia dos animais e alguns peixes são marcados com rádio que permite acompanhar a movimentação do animal no rio" explica. O objetivo é entender como o trecho acima das barragens vai se comportar em relação a preservação dos peixes, para saber se é viável a manutenção dessas espécies no rio Ijuí.
Fabio destaca que outra questão que está sendo analisada é de como fazer a passagem dos peixes no futuro, se vai permanecer manual ou eventualmente será criada uma estrutura física.
Para o biólogo, o principal problema é a pesca predatória. "A pesca é muito intensa e concorre com o objetivo de conservar, então a medida que a gente está fazendo um trabalho de transposição, temos um fator negativo importante".
Em relação aos monitoramentos com rádio, foram instaladas na beira do rio, sete bases físicas que captam quando o peixe passa na frente ou até 300 metros. "Quando o peixe passa fica registrado o número que foi colocado nele e a gente consegue saber onde passou e o horário" afirma Fabio.
O biólogo ressalta que todos os peixes que chegam até a barragem de Passo São João e venceram o Salto Pirapó são capturados e transportados. Já os animais que estão abaixo do Salto Pirapó, apenas 40% são transportados como medida de precaução. "O transporte é feito de caminhão, os animais são acondicionados em caixa especial de transporte, são 35km a 40km de estrada e aí desde então a gente monitora tanto por rádios como pelas marcas" afirma.
Conforme Fabio, quando alguém captura um peixe marcado comunica a empresa que então consegue identificar a localização. "Mas essa informação é muito baixa porque as pessoas estão fazendo algo que é proibido e acabam não comunicando. Porém, o trabalho não é de fiscalização, é de monitoramento, o objetivo é conservar os peixes. Então as pessoas que tem feito contato tem recebido um brinde: bolsa, camiseta, chapéu e tem a identidade preservada" explica. Dessa forma, é possível agregar mais informações de movimentação.
Fabio alerta que todas as marcas possuem telefone e endereço na internet, assim como o rádio que tem todas as informações para as pessoas entrarem em contato, caso tenham capturado um desses peixes.
O próximo passo do trabalho é avaliar as formas imaturas, até o momento o trabalho é feito apenas com os peixes adultos que estão migrando. Mas, conforme o biólogo, a próxima etapa será para saber o que acontece com os ovos e larvas que estão sendo gerados no Rio Ijuí, se eles estão sobrevivendo e estão conseguindo completar o ciclo.

Fonte: Atribunars

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